domingo, 17 de abril de 2022

Céu e Inferno: do conforto pós morte à exploração dos mais pobres

 


Introdução

A ideia de Céu e Inferno é tão antiga quanto a civilização humana, e existem registros históricos que os antigos Neandertais sepultavam seus entes queridos que faleceram, algumas tribos na sibéria enterravam com os mortos seus pertences, crendo que o morto teria suas posses no pós vida, e o mesmo pode se afirmar dos Vikings e dos Egipcios, sendo o primeiro sepultado em seu Drakkar (Barco Nórdico) onde teria seus pertences e escravos e que viajaria até o Valhalla, e o segundo é notado pelas gigantescas pirâmides, onde mumificavam os Faraós e os sepultavam com os seus pertences para o pós vida. Tudo isso evoluiu com o tempo, e o Cristianismo acredita que os justos vão para o Reino de Deus e os pecadores vão para o Inferno.

Origem do Céu e do Inferno

Antes só existia o Hades, herança da cultura greco-romana, que era o lugar dos mortos, independente se eram justos ou criminosos, todos iriam para lá, sendo trazidos por Caronte, e logo depois, veio a ideia dos Campos Elíseos, um local dentro do próprio Hades para os Heróis greco-romanos. A princípio, a ideia do Céu surgiu para confortar os familiares que perderam um ente querido que ele estaria bem junto com os deuses (ou Deus), e o Inferno surge como lugar de punição para criminosos, covardes, adúlteros, e demais infratores da sociedade. Logo depois deturpam essa ideia, com o advento do Cristianismo, de que para merecer o Céu, não bastava boas obras, tinha que ter fé no Cristo (Igreja) e acreditando (lê-se, sendo fiel à Igreja) todos os seus pecados seriam perdoados (indulgência) inclusive os que você irá cometer, conforme o dogma do Sacrifício de Cristo na Cruz. O Inferno agora, não era mais reservado para criminosos, tiranos, opressores, e sim para os pagãos, "idolatras", bebês não batizados, incrédulos (ateus), rebeldes, libertinosos, etc. Percebam a sacada da Igreja em relação ao Céu e ao Inferno, se você paga o dízimo, obecede as leis da Igreja, não questiona, não faz "magias e adivinhações", e aceita toda cartilha ideológica da Igreja, você terá um lugarzinho no Céu, mesmo que você tenha matado pagãos, tido escravos, etc. Agora, se você tentasse preservar a tua cultura (lembrando que originalmente éramos todos pagãos), não aceitasse o imperialismo da Igreja, fosse uma pessoa livre, não pagasse tributos, etc, o Inferno era o seu destino, e tudo isso sustentado pela lógica do Pecado Original, que todos nascem com esse pecado (Exceto Jesus e Maria, pq sabem como é né?) e que pra se livrar desse pecado, você tem que aceitar toda a lavagem cerebral do Cristianismo e aceitar ser explorado, seja pelo Imperador de Roma, seja pelo Senhor Feudal, Seja pelo Monarca Absolutista, seja pelo Pastor, etc, etc e etc. E se você não se submetesse a essa lavagem cerebral, faziam terrorismo psicológico com o terror do Inferno, e se isso não funcionasse, daí faziam torturas, massacres, matanças, pilhagens, estupros, e todo terror que soa nazifascista para os nossos tempos atuais. E depois de tanto banho de sangue, de tantas reformas, desde a Reforma Protestante e suas várias vertentes, até a última reforma no Catolicismo, o Concílio Vaticano II. que "humanizou" o Cristianismo, pois no passado se derravama sangue em Nome do Senhor, e hoje a Igreja Católica é mais "Paz e Amor" e se "preocupa" com os pobres, claro né, desde que sejam cristãos, batizados, com catequese, crisma em dia, e frequentadores da Missa, pois se o pobre for um ateu, com certeza que vai ser hostilizado dentro da Igreja, e no caso das Pentecostais e Neopentecostais, é muito pior, essas só fazem a caridade esperando em troca o dízimo do fiel e a permanência (e fidelidade) na Igreja deles.

Conclusão

O Céu e o Inferno não passam de fábulas mitológicas para manipular e explorar os mais pobres, um mero terrorismo psicológico para manter as pessoas sob o domínio e a exploração de uma classe mais privilegiada, antigamente era a Nobreza, hoje é a Burguesia que ocupa esse papel explorador. A religião é uma ideologia muito parasitária, onde dá o sentido da vida para os mais pobres, ao mesmo tempo que explora e rouba os recursos para os mais abastados.