quarta-feira, 27 de abril de 2022

O que eu espero para 2054

 

    Bom, daqui dois anos faço 30, sou da safra de 94, ano do Plano Real, e vi muita coisa acontecer, desde os momentos vergonhosos da Banheira do Gugu e das músicas do É o Tchan, passando pela transição dos jogos de 16 bits para jogos em 32 bits e 3D, vi também a grande inovação que foi o celular com tela colorida, e com câmera, até as inovações mais recentes, como o Windows 11, Xbox Series, o Cyberpunk 2077, etc. E também vi coisas ruins, como a queda da qualidade artística/musical, perda de direitos trabalhistas pós 2016, dolár passar dos 5 reais, a gente voltar pro mapa da fome, a Uberização, a ascensão da Extrema Direita no país, a trágica pandemia de Covid-19, a cultura do cancelamento, etc.

    Eu espero que em 2054, quando eu fizer 60 anos, que o plano de Renda Básica Universal já tenha saído do papel, espero também que esse neoliberalismo fascistoide tenha acabado, e que tenhamos mais qualidade de vida, espero também que acabe essa onda de obsolecência programada, onde você compra um notebook e 1 ano depois ele já não segura carga, é lento e não presta, espero também que a tecnologia seja usada para o progresso e bem estar humano, e não apenas para nos usar como Gado Digital, vendendo nossos dados e coisas do tipo. Espero também que acabe essa polarização política, que acabe a cultura do cancelamento, de ambos os lados, que acabe a cultura da lacração burra e do mitamento ignorante, e espero também que o custo de vida abaixe e que tenhamos seguridade social, um ambiente de trabalho menos tóxico e explorador, e que a jornada de trabalho seja no máximo do máximo 6h por dia e 4 dias por semana, ou 4h por dia e 5 dias por semana.

    Eu sei que estamos numa encruzilhada, onde à esquerda tem um futuro belo e promissor, com estabilidade, seguridade, igualdade e qualidade de vida, e à direita temos um futuro caótico, onde reina o desemprego, pois a automação irresponsável tirou os empregos e as pessoas não tem como trabalhar e competir contra uma máquina, além de um futuro onde o clima é extremo e caótico, onde as coisas são mais caras, a criminalidade é alta, os poucos que tem emprego sendo obrigados a cumprir jornadas de trabalhos análogos a escravidão, um futuro onde até a saúde pública foi privatizada e se você quer se tratar, vai ficar endividado pro resto da vida, etc. E esses dois futuros a gente ainda tem o poder de escolher, não bastando apenas eleger o presidente da república, e sim ter que ser construído com muito suor e muito esforço, conscientizando a geração mais nova para ter consciência de classe, nos organizando em sindicatos pra exigir nossos direitos como cidadãos, e usar a tecnologia como uma ferramenta de desenvolvimento humano, e não apenas para gerar mais lucro pra acionista, exigir que empresas poluam menos, que a nossa fonte de energia seja renovável, como energia solar e eólica, e por fim, acabar com essa cultura de puxa-saquismo de querer ser rico, bilionário, etc, e sim lutar por um mundo mais justo e mais igualitário para todos e todas, sem essa cultura de consumismo desenfreado, de cultura de "ostentação", etc.

    Espero que quando eu tiver 60 anos, eu viva em um outro Brasil, um Brasil mais igualitário, mais justo, com mais direitos ao trabalhador e aposentado, com uma cultura mais rica, sem essa onda de bestialização e cancelamentos burros, onde eu possa sentar na minha varanda, e me sentir feliz por viver num Brasil próspero e mais justo.